Aparatos Ideológicos – artigo de Geraldo Ferreira, publicado no Novo Jornal

A Escola está no centro da guerra pelas mentes. Para Althusser a Escola é um aparato ideológico, e para Paulo Freire a Educação pode dirigir-se à emancipação ou à domesticação diante da realidade posta. O entusiasmo esquerdista arrebatou as instituições de ensino nos anos 60.
Acadêmicos e estudantes enlouqueceram com fantasias de libertação, afastando-se das disciplinas tradicionais e criando novos dogmas, além da matéria-prima do conhecimento. Os intelectuais e estudantes assumiram nessa forma teatral o papel de membros honorários da classe trabalhadora, enquanto ela própria desaparecia como força revolucionária.
O pensador francês Louis Althusser, discípulo de Gramsci, descreveu então as instâncias da sociedade como Igreja, Família, Sindicatos, Imprensa, Justiça e Escola como aparelhos ideológicos, encarregados de Controlar o indivíduo e conformá-lo com a ideologia burguesa.
Controlar os aparatos ideológicos do Estado que reproduzem a ideologia burguesa, colocar esses aparatos ideológicos e repressivos a serviço da classe revolucionária seria o trabalho a ser desenvolvido pelo intelectual que atua como força motora da história.
O materialismo histórico é a ciência que deve questionar todas as ciências para libertá-las de seu resíduo ideológico. Toda mudança, parece, é o resultado de contradições que emergem das variadas estruturas da sociedade e podem aparecer como luta de classes ou confrontações intelectuais e ideológicas.
A contradição geral ou principal é a identificada por Marx o conflito entre as forças e as relações de produção. A filosofia marxista nega a categoria idealista de sujeito como origem. Para Althusser, o principal aparato ideológico é a Escola, onde deve se concentrar o esforço revolucionário para solapar a ideologia dominante e conquistar o poder.
A Escola passa a ser assim um aparelho de doutrinação e propaganda revolucionária. Althusser reforça o Marxismo mostrando o poder da estrutura econômica sobre as não econômicas, sendo precondição para a compreensão da mudança das estruturas. Mas Engels já admitira que apenas em última instância o fator econômico determina o progresso social, e isso foi visto pelo próprio Marx na lei do desenvolvimento desigual. Para Roger Scruton as transformações têm causas políticas (relativa autonomia) e as estruturas econômicas podem ser geradas por escolhas políticas (ação recíproca), isso permite que o pensamento humano e as intenções sejam as causas primárias da mudança histórica.
Fonte: Geraldo Ferreira Filho
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