Mais da metade de crianças e adolescentes está com vacinação incompleta

20 de setembro de 2017

RIO – Em coletiva de imprensa na manhã desta quarta-feira, o Ministério da Saúde declarou que mais da metade (53%) de crianças e adolescentes no Brasil estão com calendário de vacinação incompleto. Entre as regiões do país, a Norte tem a menor cobertura vacinal. A campanha para atualizar a imunização vai até o dia 22 deste mês, tendo o sábado como “Dia D”. A cobertura vacinal de 2016 foi considerada a menor dos últimos dez anos. A pasta alerta sobre os riscos da baixa cobertura vacinal.

Durante a Campanha de Multivacinação deste ano, que pretende “resgatar” os não vacinados, serão convocados mais de 47 milhões de crianças e adolescentes de até 15 anos incompletos para atualizarem o calendário vacinal. Nos 12 dias de mobilização, 13 vacinas para crianças e oito para adolescentes estarão disponíveis.

A recomendação é que outros grupos só procurem os postos de vacinação depois do período da campanha, para não sobrecarga os serviços de saúde.

Além do envio de 143,9 milhões de doses de vacina de rotina, o Ministério da Saúde ainda distribuiu aos postos de saúde 14,8 milhões de doses extras de 15 vacinas para a campanha. Serão 36 mil postos fixos de vacinação e 350 mil profissionais de saúde envolvidos.

A pasta chama atenção para imunizar crianças e adolescentes contra doenças que ainda não estão eliminadas e, portanto, representam riscos para quem não estiver vacinado. Além disso, em complemento à campanha de Multivacinação, está planejado instituir um dia nacional de vacinação nas escolas.

“Pretendemos avançar ainda mais na conscientização dos pais para a importância da vacinação de crianças e adolescentes. A campanha que lançamos hoje reforça que todos os dias são dias de vacina. Só com essa conscientização é que a população brasileira estará protegida de uma série de doenças que são facilmente preveníeis apenas com vacinação,” enfatiza o ministro da Saúde Ricardo Barros.

CONFIRA OS DADOS DA COBERTURA VACINAL

As crianças somente estarão protegidas com calendário de vacinação em dia. Por isso, o ministério reforça o acesso às vacinas, alertando estados e municípios da importância de manter elevadas coberturas vacinais, evitando o reaparecimento de doenças já controladas ou mesmo eliminadas no país.

“Ao desagregar os dados, vemos bolsões, locais com baixas coberturas. Se, ao longo dos anos isso persistir, corremos o risco de ver de volta doenças que já não existem mais no Brasil”, alertou Carla Domingues.

Segundo dados do Programa Nacional de Imunizações (PNI) sobre vacinação recomendada para crianças menores de 1 ano, 760 mil crianças ainda não foram vacinadas contra BCG; 950 mil ainda precisam ser imunizadas contra hepatite B e 470 mil crianças contra pneumocócica e rotavírus.

Ainda para esse grupo, 240 mil crianças não têm a vacina de meningite C. A penta e poliomielite também apresentam grande número de crianças sem vacinação: 320 mil não vacinadas para a penta e 790 para polio.

Dentre as recomendadas para crianças de 1 ano, estão a tríplice, com 150 mil ainda por vacinar, pneumocócica, com 470 mil crianças por vacinar e meningite C, com 180 mil não imunizadas. As recomendadas para crianças com 15 meses – hepatite A, DTP, Pólio e tríplice viral/Tetra – têm 840 mil crianças sem imunização para hepatite A, 1,1 milhão para DTP, 800 mil para Pólio e 707 mil crianças sem vacina para tríplice viral.

A situação é mais crítica em adolescentes. Na meningocócica C, por exemplo, são 5,9 milhões de adolescentes de ambos os sexos na faixa de 12 e 13 anos ainda não se vacinaram.

O mesmo ocorre na de HPV. São 73,6% das meninas de 9 a 15 anos vacinas com a primeira dose e apenas 47% com duas doses. Entre os meninos, 23,6% foram vacinados aos 12 e 13. Outra vacina para adolescentes com baixas coberturas é contra hepatite B. Em 2016, não foram vacinados 1,3 milhão de jovens.



Fonte: O Globo

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