SINDIMED-SE: maternidade com problemas há quatro anos

Notícias14 de abril de 2021
SINDIMED-SE:  maternidade com problemas há quatro anos

O Sindicato dos Médicos do Estado de Sergipe (Sindimed-SE) volta a denunciar a falta de plantonistas obstetras no Centro Obstétrico Doutora Leonor Barreto Franco, no município de Capela.

Houve poucos avanços desde a primeira denúncia, em 2017, e o cenário continua o mesmo naquela unidade de saúde: escala médica incompleta e, consequentemente, em alguns dias as pacientes ficam desassistidas e são encaminhadas para outras localidades por falta de plantonistas. 

Para dar vazão à demanda, seria necessária uma escala completa com 14 plantonistas, dois por plantão. Atualmente, a escala médica da unidade de saúde conta com apenas quatro plantonistas. Nos dias de plantão completo, chega a se formar uma fila de gestantes na porta da maternidade. Mas, com o fechamento quase diário pela falta de obstetras, a procura tem diminuído. Quando as parturientes chegam são acolhidas pela equipe de enfermagem e encaminhadas a outras maternidades, quando necessário. 

O médico obstetra Marcelo Oliveira, que trabalha na unidade há 13 anos, relata ao Sindimed que não houve nenhuma melhora depois de quatro anos. “O governo do estado, além de não contratar mais obstetras, retirou os neonatologistas para trabalhar na Maternidade Nossa Senhora de Lourdes, com alegação de que seriam necessários por conta da pandemia”, informa. 

O médico disse ainda que diversos obstetras aprovados no Processo Seletivo Simplificado (PSS) aguardam contratação. “Se, no passado, foi usada como desculpa a falta de interesse dos profissionais por trabalhar em Capela, a simples oferta de vagas desmentiu essa falácia. Os médicos selecionados são suficientes para o funcionamento ininterrupto da unidade” afirma. 

Dificuldade na maternidade fazem aumentar partos cesáreos

O médico acrescenta que o mesmo acontece, de forma mais discreta, nas maternidades de Nossa Senhora da Glória e de Propriá. As equipes estão cada dia mais desmotivadas.  As escalas de obstetras estão incompletas quase todos os dias da semana. Não há obstetras nos turnos diurnos nas segundas-feiras e nas terças; no período da noite o desfalque se dá nas quartas e sextas-feiras. Não tem neonatologista aos domingos. Os anestesistas não faltam, já que o serviço é prestado pela Cooperativa de Anestesiologia de Sergipe (Coopanest/SE).

Diante dos fatos verificados, o Sindicato dos Médicos do Estado de Sergipe encaminhará denúncia ao Ministério Público Estadual (MPE) e, em caráter de urgência, solicitará uma reunião com a Secretaria Estadual de Saúde (SES) com o intuito de, mais uma vez, reivindicar soluções imediatas para a evidente desassistência que a população da região vem sofrendo ao longo destes quatro anos.

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