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Transplantado destaca importância da doação de órgãos
25 de maio de 2018
Já teve a oportunidade de conhecer alguém que teve a vida salva graças a um órgão doado? E que tenha vivido isso por três vezes? Isso mesmo, três transplantes! Parece ficção ou campanha de doação, mas não é. Essa é a história de vida do publicitário Alexandre Barroso, 56 anos, que já recebeu dois fígados e um rim, órgãos que hoje o mantém vivo e possibilitam que ele, voluntariamente, trabalhe a importância de as famílias se “humanizarem” para dizerem sim à doação de órgãos e tecidos.
Alexandre Barroso cansou de sentir dores e foi investigar o que havia de errado. Em 2008, descobriu que tinha de Hepatite C e que a doença havia prejudicado vários de seus órgãos, especialmente o fígado, causando, inclusive, três nódulos de câncer. Dois anos depois, em 2010, ele passou pelo primeiro transplante. Frequentou hospitais da rede particular, porém, sempre usando o Sistema Nacional de Transplantes, criado e operado pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
O primeiro transplante, infelizmente, não foi bem-sucedido, por conta do avanço da Hepatite C. Alexandre passou, ao longo dos últimos anos, por 11 cirurgias e voltou de 21 comas – o último durou três dias. As complicações generalizadas fizeram o publicitário voltar para a sala de cirurgia, em 2012, onde ele recebeu outro fígado e um rim. Desta vez, os dois órgãos conseguiram salvar a vida de Barroso. “Até então, eu não sabia que o SUS era financiador do Sistema e que atuava no pré, durante e no pós-transplante. E eu sou muito grato a isso”, conta.
Jornada Asas do Bem
Alexandre não conhece os doadores ou suas famílias. Entretanto, para ele, a forma de agradecer a essas pessoas foi disseminando a doação de órgãos. “O transplante de fato é o renascimento. Sem ele, eu não estaria vivo para falar sobre isso. Sou grato a um nível maior, a todos os que são doares hoje. E também ao verdadeiro doador, que é a família, pois a única forma de doar é avisar a família. Só quem faz a doação, por Lei, são os familiares”.
Junto à Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), formada pelas empresas Avianca, Azul, Gol e Latam, Alexandre Barroso participa hoje do Jornada Asas do Bem. Trata-se de um projeto que leva a todo o Brasil a história dele, que como personagem, explica às pessoas todo o processo do Sistema Nacional de Transplantes – do sim do doador ou da família até o pós-cirúrgico do transplantado. “Uma doação de falecido pode salvar até oito pessoas”, ilustra.
Um apoio e tanto
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Por meio do Programa Asas do Bem, as empresas áreas brasileiras citadas transportam gratuitamente, em voos comerciais, órgãos, tecidos, equipes médicas e outros insumos para os procedimentos de saúde. Só no primeiro trimestre de 2018, estas empresas transportaram 87% dos órgãos ou tecidos doados, em 1.103 voos. Apoio que contribui de forma expressiva para logística das doações realizadas e, consequentemente, no aumento de transplantes.
Além do Asas do Bem, a Força Área Brasileira (FAB) também reforça o transporte de órgãos e tecidos, levando esperança para as mais de 34 mil pessoas na lista de espera por um órgão. São os setores público e privado unidos por esta causa. “É o que eu acho que tem que acontecer. E entendo que a campanha precisa sair totalmente da mão do Estado. Ainda há muito o que se fazer, mas eu acho que é hora da sociedade trazer pra si um pouco desta competência. Hoje, faço isso até por gratidão a tudo que recebi”, ressalta Barroso.
Como recado final, em suas palestras e ao Blog da Saúde, ele deixa a seguinte mensagem: que as famílias percam o medo, as questões religiosas, outros mitos e acreditem no trabalho sério do Sistema Nacional de Transplantes para dizer sim à doação de órgãos e tecidos. “As pessoas precisam olhar melhor umas para outras, com mais amor, e que a gente possa falar em vida. Porque doação de órgãos parece que estamos falando de morte, mas é sobre vida”, completa.
Barroso e sua esposa Marcela Nanda já estiveram este ano em Goiânia (GO) e Belém (PB). A agenda de palestras está extensa.
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