Hospital de Bonsucesso adia abertura da nova emergência por falta de médicos
Após mais de seis anos de obras, a nova emergência do Hospital Federal de Bonsucesso (HFB) tem sua inauguração adiada mais uma vez, a despeito de uma decisão judicial determinando a reabertura para a próxima quarta-feira.
Com obras finalizadas e equipamentos instalados, os 2.600 m² da nova emergência ainda não receberam o principal: médicos e outros profissionais de saúde para atender a população. Em audiência na 11ª Vara da Justiça Federal, onde tramita, desde 2012, uma ação civil pública que pede a reforma e reabertura da emergência, a direção do HFB informou, em outubro passado, que seriam necessários 200 médicos.
— A inauguração foi adiada e estamos aguardando a chegada de profissionais de saúde para a nova emergência e também para outros setores do hospital — disse o presidente do Corpo Clínico do HFB, Baltazar de Araújo Fernandes.
Ontem, 67 pacientes estavam internados na “emergência de lata”, que funciona em contêineres com capacidade para 30 leitos. Para a nova emergência não abrir já superlotada, 37 pacientes teriam que ser transferidos para enfermarias. A direção do hospital, então, suspendeu internações eletivas (que não são de emergência) para abrir vagas nas enfermarias. A medida foi cancelada ontem depois que o Ministério da Saúde determinou o adiamento da inauguração do novo setor.
O Departamento de Gestão Hospitalar (DGH) do Ministério da Saúde informou, no entanto, que o novo espaço passará a ser utilizado “nos próximos dias”, sem definir uma data. Mas afirmou também que o perfil de atendimento da nova emergência está em fase de definição, estabelecendo-se protocolos de atendimento. Só depois, serão contratados os profissionais.
— Será uma emergência referenciada para as especialidades cirurgia geral, cardiologia e urologia. Isso está sendo pactuado com estado e município — explica Fernandes.
Em reunião marcada para esta sexta-feira, representantes do DGH e das secretarias de Saúde do estado e do muncípio do Rio pretendem assinar um documento que estabelece o funcionamento do novo setor e o fluxo de pacientes.
Nesta quinta-feira, o presidente da Federação Nacional dos Médicos (Fenam), Jorge Darze, se reuniu com o ministro da Saúde, Ricardo Barros, em Brasília, e entregou um documento assinado pelo Corpo Clínico do HFB. Nele, os profissionais afirmam que “decidiram pela não abertura do novo setor de emergência, sem que as condições necessárias para o seu funcionamento estejam presentes, principalmente a contratação dos recursos humanos necessários”.
De acordo com o defensor público da União Daniel Macedo, que participou da audiência em que a data de inaguração foi determinada, o adiamento da reabertura do setor implicará em multas para o diretor do Hospital de Bonsucesso e para o secretário de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde.
— A emergência do Hospital Federal de Bonsucesso é mais uma obra como tantas outras no Brasil. Quando se pensa em construir, o gestor deveria saber o que é necessário para a entrega. No caso da emergência, além da construção, é necessário mobiliário, maquinário, pessoal e insumos e medicamentos. Tudo isso é previsível quando se pensa em construir uma emergência. O Ministério da Saúde já gastou pelo menos R$ 21 milhões com essa obra. A Defensoria Pública da União vai pedir a imposição de multa na pessoa do diretor geral do hospital e do secretário de Atenção à Saúde no valor de mil reais por dia de atraso, a ser debitada na fonte de pagamento. Eles também serão representados por ato de improbidade admistrativa se a emergência não for inaugurada na data marcada — disse Macedo.
A nova emergência tem 20 leitos de observação para adultos, separados em duas salas (feminino e masculino), dez pediátricos, dez de CTI e quatro na sala vermelha. Há ainda uma sala com dez poltronas para aplicação de medicação em adultos e outra também com dez poltronas para crianças.
Fonte: Extra
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