O descaso com a saúde
O Brasil gasta pouco e mal com a saúde. A Organização Mundial da Saúde (OMS) publicou dados que revelam que em 2014 foram gastos apenas 6,8% do orçamento público com saúde. Para efeito do cálculo levou-se em conta a soma de todas as despesas da União, estados e municípios. Foi o pior desempenho desde 2010. Levando em conta os dados de 2010 a 2014, constatou-se uma defasagem de 32%.
O Brasil ocupa hoje terceiro pior lugar quando comparado com os 35 países do continente americano. Fica a frente apenas do Haiti e da Venezuela. É lamentável que o país considerado um dos mais ricos do mundo, gaste tão pouco com saúde do seu povo. Estamos muito abaixo da média mundial que é de 11,7%, incluindo a África e a América Central.
Países como Inglaterra, Canadá, Espanha, França e Austrália que possuem sistema de saúde universal, gastam valores percentuais bem mais altos que nós. Alguns chegam próximo de 20% dos seus orçamentos.
Estes dados justificam o caos da saúde, incluindo a desassistência dos hospitais públicos. A falta de leitos com o amontoamento dos pacientes deitados em maca pelo chão, formando verdadeiros piscinões, como o caso do Hospital Geral de Fortaleza. A falta de medicamentos, pacientes em filas intermináveis aguardando tratamento, médicos e outros profissionais mal remunerados, vínculo de trabalho precário e trabalhando sem as mínimas condições, em muitos casos ameaçados de morte pelos pacientes e/ou acompanhantes.
Vivemos um momento de profunda crise política. Se não bastasse, os nossos deputados federais chegam ao cúmulo de propor o aumento de 3,6 bilhões de reais, além do gasto atual para financiamento das campanhas eleitorais. O Presidente da República anuncia a venda de empresas lucrativas, chegando ao cúmulo de anunciar a venda Casa da Moeda. Todo este esforço está sendo feito para cobrir parte do rombo dos gastos do governo, enquanto assistimos a tudo isto calado. Onde estão as panelas com as luzes piscando das janelas do apartamentos?
Fonte: Revista da Santa Casa, escrito pelo Conselheiro Fiscal da FENAM, Dr. José Tarcísio da Fonseca.
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