Diretora da FENAM fala sobre o espaço das mulheres na Medicina
Durante muitos anos, o mercado de trabalho foi negado às mulheres, sendo elas responsáveis por desempenhar apenas os papéis de mãe, esposa e dona de casa. Após várias lutas e protestos, as mulheres conseguiram, a partir da metade do século XX, conquistar seu espaço na vida profissional. Entretanto, as injustiças persistem. Recebendo menos que homens com a mesma qualificação, a demanda por continuar privilegiando o papel de mãe e de esposa e a baixa representatividade na política, infelizmente, ainda desequilibram as relações de gênero no ambiente profissional.
Segundo reportagem da Globo News, as mulheres recebem, em média, apenas 75% do salário dos homens. No meio médico, a Universidade de São Paulo (USP) realizou uma pesquisa onde verificaram que na menor faixa de salário dos médicos, que vai até R$ 8 mil, estão concentradas 27,9% das mulheres e 14,1% dos homens. Na faixa de salário mais alta, de até R$ 24 mil, estão apenas 4,4% das mulheres e 20,1% dos homens.
Desde 2009, as mulheres já são maioria entre os novos registros no Conselho Federal de Medicina (CFM). Em 2011, eram 52,89%, contra 47,11% de homens. Elas também já são maioria no grupo de profissionais com 29 anos ou menos, com 53,31% em 2011. Pela projeção, as mulheres passarão os homens em 2028, quando serão 50,23% contra 49,77%. Porém, ainda perdem por boa diferença quando se vê o conjunto dos médicos na ativa: as mulheres são 40,82%, contra 59,18% dos homens. Essa diferença ocorre principalmente pelas mulheres ainda se sentirem no dever de priorizar a família, em detrimento da projeção profissional.
A diretora de comunicação da Federação Nacional dos Médicos (FENAM), Dra. Lúcia dos Santos, confirma essa diferença de gênero no campo profissional: “As mulheres, apesar de estarem se formando mais em Medicina, acabam tendo que dar uma parada na carreira para se dedicar à família e não evoluem nos seus estudos na pós-graduação, residência, mestrado e doutorado”, afirma.
O cenário é mais favorável do que o de antigamente, entretanto é preciso ressaltar as injustiças de gênero que ainda permeiam não só o meio médico, mas o meio profissional como um todo. Nesse dia das mulheres, Dra. Lúcia dos Santos homenageia todas as mulheres brasileiras, em especial as médicas: “Médica, só por ter se formado em Medicina, você já é uma guerreira. Todas nós sabemos que a Medicina é uma profissão muito difícil. É uma doação muito grande, mas a gente tem uma vantagem: O ser feminino tem um olhar especial e o paciente precisa desse olhar”, diz.
Fonte: FENAM, com informações do Cremesp, CFM e G1
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