Telefone(61) 98653-4151
E-mailsecretaria@fenam.org.br
Uso indiscriminado de medicamentos ameaça segurança de pacientes
9 de janeiro de 2018
Artigo publicado na Revista de Saúde Pública discute a questão da “polifarmácia”, termo que traduz o uso de mais de cinco medicamentos, e traz um estudo que é parte da Pesquisa Nacional sobre Acesso, Utilização e Uso Racional de Medicamentos (PNAUM) – Serviços 2015. O objetivo é “caracterizar a organização dos serviços de assistência farmacêutica na atenção primária do Sistema Único de Saúde (SUS), visando à divulgação do uso racional de medicamentos”, afirma Renata Nascimento. Caracterizar a polifarmácia no universo dos usuários de medicamentos que passam pelos cuidados da chamada atenção primária do SUS e identificar fatores a ela associados é a proposta dessa pesquisa. Para a autora, o uso exacerbado de medicamentos da população atendida pelo SUS torna-se um desafio para a segurança dos pacientes.
A prestação de cuidados em saúde visa proporcionar ao indivíduo bem-estar, minimizando os riscos desnecessários do excesso de remédios. Há necessidade de uma harmônica relação entre o diagnóstico e o tratamento prescrito, tendo em vista que “o uso inadequado de medicamentos e problemas de comunicação entre médicos e pacientes são as principais causas de eventos adversos”.
A polifarmácia é comum na prática clínica e os principais fatores para isso são aumento da expectativa de vida, o livre alcance aos remédios, devido à disponibilidade do mercado, e o aumento das doenças crônicas. “A prescrição simultânea, por vários médicos, sem que ocorra a necessária conciliação terapêutica para o paciente” , pode levar ao uso inadequado de medicamentos, ocasionando graves efeitos colaterais, acentuados pelas desastrosas interações medicamentosas.
É interessante observar, segundo o artigo, que pacientes que contam com plano de saúde particular “apresentaram maior chance de polifarmácia”, considerando que têm mais acesso a consultas com especialistas, “ampliando a variedade de prescrições”; por isso, é importante o controle sobre a ocorrência de interações medicamentosas no intuito de minimizar seus danos, além de ser necessário alertar a população sobre as consequências da automedicação, tais como internação e óbito.
A autora admite haver algumas limitações na pesquisa, tanto em relação aos métodos quanto ao conceito de polifarmácia adotado – o uso de cinco ou mais medicamentos -, e pela impossibilidade de conhecer-se o porquê da prescrição de cada medicamento. Destaca, porém, que este é “o primeiro estudo de abrangência nacional sobre polifarmácia em usuários de serviços de saúde”, indicando que a polifarmácia é uma realidade na “atenção primária” da população atendida pelo SUS. Em vista disso, o principal desafio é garantir a prescrição adequada de medicamentos, a capacitação multidisciplinar de profissionais e educação da população, visto serem “estratégias necessárias para qualificar o uso dos medicamentos e fortalecer a Política Nacional de Segurança do Paciente”, defende ela.
Renata Cristina Rezende Macedo do Nascimento é pesquisadora da Universidade Federal de Minas Gerais. Faculdade de Farmácia. Programa de Pós-Graduação em Medicamentos e Assistência Farmacêutica.
0
0
votes
Article Rating
Login
0 Comentários
Inline Feedbacks
View all comments
Notícias Recentes
Prescrição de medicamentos por fisioterapeutas fere Lei do Ato Médico
1 de outubro de 2024
ACT dos participantes do PMpB: Fenam avança na defesa dos médicos
26 de setembro de 2024
Quando o médico perdeu o respeito por si mesmo?
27 de agosto de 2024
Nota de Inconformidade
20 de agosto de 2024
Comentários Recentes
- FENAM e ADAPS avançam na negociação de acordo trabalhista - Fenam - Federação Nacional dos Médicos em Agenda dos Médicos para a Saúde do Brasil
- Quanto ganha um médico recém-formado? em Piso FENAM 2022
- Ademir Brun em Piso FENAM 2022
- Onofre Cardoso Vieira em Quem é o Dr. Gutemberg
- Marco Antonio Manjhon Soliz em Piso FENAM 2022
Arquivos
- outubro 2024
- setembro 2024
- agosto 2024
- julho 2024
- junho 2024
- maio 2024
- abril 2024
- março 2024
- fevereiro 2024
- janeiro 2024
- dezembro 2023
- novembro 2023
- outubro 2023
- setembro 2023
- agosto 2023
- julho 2023
- junho 2023
- maio 2023
- abril 2023
- março 2023
- fevereiro 2023
- janeiro 2023
- dezembro 2022
- novembro 2022
- outubro 2022
- março 2022
- janeiro 2022
- dezembro 2021
- novembro 2021
- outubro 2021
- setembro 2021
- agosto 2021
- julho 2021
- junho 2021
- maio 2021
- abril 2021
- março 2021
- fevereiro 2021
- janeiro 2021
- outubro 2020
- setembro 2020
- agosto 2020
- julho 2020
- maio 2020
- abril 2020
- março 2020
- fevereiro 2020
- janeiro 2020
- dezembro 2019
- novembro 2019
- outubro 2019
- setembro 2019
- agosto 2019
- julho 2019
- junho 2019
- maio 2019
- abril 2019
- março 2019
- fevereiro 2019
- janeiro 2019
- dezembro 2018
- novembro 2018
- outubro 2018
- setembro 2018
- agosto 2018
- julho 2018
- junho 2018
- maio 2018
- abril 2018
- março 2018
- fevereiro 2018
- janeiro 2018
- dezembro 2017
- novembro 2017
- outubro 2017
- setembro 2017
- agosto 2017
- julho 2017
- junho 2017
- abril 2017
- outubro 2012
- maio 2012
- fevereiro 2012
- julho 2011
- outubro 2010
- junho 2010