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Governo azeda relação com médicos
11 de agosto de 2017
O clima de animosidade pode crescer e tornar ainda mais complicada a relação entre médicos e governo Michel Temer, depois que o ministro da Saúde Ricardo Barros declarou em evento com gestores municipais que a categoria precisa parar de fingir que trabalha.
A declaração aconteceu em julho, quando foi anunciado que o ministério passaria a adotar a biometria no controle da jornada de trabalho dos médicos da rede pública, como política para aumentar a produtividade e com metas de atendimento.
Na sexta-feira (4), representantes da Federação Nacional dos Médicos (Fenam) chegaram a exigir uma retração do ministro durante encontro em Brasília, mas Barros disse que sua frase foi mal interpretada e saiu a pretexto de conceder entrevista a uma emissora de TV e não retornou ao encontro.
Antes da saída “à francesa” de Barros da audiência, o presidente de Federação, Jorge Darze (foto acima) disse que conseguiu entregar ao ministro um documento com pautas reivindicatórias, entre elas questões relacionadas ao programa de residência médica e ao avanço acelerado das escolas médicas no Brasil.
“São projetos que precisam da atenção do Ministério da Saúde e estão sendo conduzidas de forma equivocada”, afirma.
Segundo Darze, o programa de atuação dos médicos residentes nas unidades de saúde do país necessita de ajuda urgente da pasta ministerial, pois tem como meta a capacitação dos profissionais nas mais diversas áreas para atender da população.
“O valor da bolsa [oferecida para o médico residente] tem que ser reavaliado, porque há quatro anos não há uma atualização. O médico residente, em muitos casos, trabalha 100 horas semanais, o que representa uma jornada excessiva. Eles também têm família. E a bolsa não ultrapassa R$ 3 mil”, justifica o presidente da Fenam.
De acordo com Darze, ao tomar conhecimento da revindicação, Barros alegou que o profissional residente não possui relação de emprego e a bolsa de estudos tem somente a função do aprendizado.
“Ele [ministro Ricardo Barros] considera que o residente não deve ganhar na condição de médico, só que este profissional assume as mesmas responsabilidades de um médico contratado”, retruca.
Darze ainda faz outra crítica, comparando o tratamento dado pelo governo aos médicos estrangeiros e aqueles formados no Brasil.
“Os médicos estrangeiros recebem bolsa superior a 10 mil reais, enquanto os brasileiros [médicos residentes] têm diploma e assumem grandes responsabilidades na sua atuação”, dispara.
ESCOLAS MÉDICAS
Outro assunto abordado no documento da Fenam diz respeito a abertura de novas escolas médicas.
“Temos um número de escolas [de ensino médico] superior à Índia, que tem uma população muito maior. Nos últimos anos, todas aqui [inauguradas no Brasil] são privadas, o que beneficia o empresário da Educação, com uma mensalidade [cobrada ao estudante] de R$ 7 mil”, avalia Darze.
A Fenam ainda destaca no conteúdo da pauta reivindicatória que este cenário é “grave” e “não obedece a um critério social”.
“Em anos anteriores, antes de serem abertas [as escolas médicas], era destinada uma equipe do Conselho Médico [órgão ligado ao Ministério da Saúde] para avaliar as condições do local a receber o projeto e conferir as reais necessidades, para depois emitir um laudo de auditores. Agora, o Conselho não tem mais esta autorização, que fica a cargo do Ministério da Educação”, comenta.
Segundo Darze, com os novos procedimentos a formação dos médicos sofreu um grande impacto negativo, com orientadores de cursos maus preparados para o cargo e condições de ensino insuficientes. “E a Administração Pública está condizente com este cenário”, diz o representante da Fenam.
DECLARAÇÃO POLÊMICA
A declaração polêmica do ministro da Saúde Ricardo Barros aconteceu em julho, quando foi anunciado que a pasta passaria a adotar a biometria no controle da jornada de trabalho dos médicos da rede pública, como política para aumentar a produtividade e com metas de atendimento.
“Vamos parar de fingir que a gente paga médicos, e o médico parar de fingir que trabalha. Isso não está ajudando a saúde do Brasil”, disse o ministro.
Barros discursou sobre os novos critérios que têm como objetivo aperfeiçoar o atendimento, evitando que o profissional, por exemplo, apresse a consulta com o objetivo de sair mais cedo do trabalho. Segundo o ministro, nos locais onde o sistema de biometria já está ativo, metade dos médicos pede demissão.
“Eles têm vários trabalhos e acabam abandonando o serviço quando há maior controle da jornada”, disse. Barros acrescentou ainda que a média de comparecimento dos profissionais identificada até aquele mês era de 30% e que esta contabilidade deve mudar com a biometria.
O ministro acredita que quando os médicos começarem a pedir demissão em função da biometria, as prefeituras podem passar a oferecer salários melhores.
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