Médicos ameaçam parar se não tiverem segurança

26 de setembro de 2017

A morte da médica Milena Gottardi, baleada no estacionamento do Hospital das Clínicas (Hucam) há 11 dias, despertou a insatisfação da categoria diante das más condições de segurança. Juntas, entidades médicas do Estado agora reivindicam uma série de medidas para reduzir a violência em hospitais, unidades de saúde e pronto-atendimentos (PAs) de todo o Estado e ameaçam apoiar uma paralisação geral caso nada seja feito.

Oito reivindicações constam na lista de providências emergenciais elaborada por membros do Sindicato e da Associação dos Médicos junto ao Conselho Regional de Medicina (CRM-ES). A pauta será encaminhada a deputados e senadores. São elas: a contratação de segurança armada; câmeras de videomonitoramento; circuito interno de TV; iluminação nos acessos e embaixo das árvores; poda de árvores para maior visibilidade; controle de entrada e saída de carros e motos; identificação eletrônica de pessoas para acesso às dependências das unidades e patrulha motorizada.

 De acordo com o presidente do Sindicato dos Médicos (Simes), Otto Baptista, uma média de 10 a 15 profissionais pedem demissão a cada mês por sofrerem agressões físicas, verbais e ameaças de morte. Por isso, o prazo estabelecido para que os gestores apresentem propostas é de 15 dias.

“Se não formos ouvidos, acredito que toda a categoria pode se manifestar através de um protesto, que pode ser paralisação. Já que o caos está instalado, fica inviável para o médico trabalhar. Infelizmente, a ponta mais fraca vai ser a população e nós não queremos isso”, diz Otto.

Já o presidente do CRM-ES, Carlos Magno Dalapicola, reforça que, caso isso aconteça, serviços de urgência e emergência não deixarão de funcionar. “As paralisações, se forem por motivos justos e se houver adesão dos médicos, com certeza serão apoiadas”.

Segundo Dalapicola, na próxima semana as entidades reunirão com representantes da Secretaria de Estado de Segurança (Sesp) e prefeitos. “Os profissionais estão acuados. Estamos perdendo bons médicos nas linhas de frente das UPAs e PAs, que uma vez ameaçados, desistem ou pedem transferência. Os menos experientes estão indo para linha de frente, o que é um risco para população e para eles mesmos”, argumenta.

Representantes das bancadas estadual e federal estiveram em uma reunião ocorrida ontem à tarde na sede do CRM. O deputado federal Carlos Manato propôs a criação de um projeto de segurança para o Hospital das Clínicas – incluindo a implantação de patrulhas armadas e de câmeras – a ser custeado por emendas parlamentares. Já os deputados estaduais Hércules Silveira e Rafael Favatto pretendem aumentar a pressão para que os prefeitos e o governo estadual se mobilizem.

Os oito pedidos

– Contratação de segurança armada;

– Câmeras de videomonitoramento;

– Circuito interno de TV;

– Iluminação nos acessos e embaixo das árvores;

– Poda de árvores para maior visibilidade;

– Controle de entrada e saída de carros e motos;

– Identificação eletrônica de pessoas para acesso às dependências das unidades;

– Patrulha motorizada.

 Fonte: Gazeta Online

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