Greve dos médicos de Colombo dura quase 40 dias e prejudica o atendimento no município

21 de julho de 2017
Quem depende de atendimento na rede pública de saúde em Colombo, na Região Metropolitana de Curitiba, tem enfrentado dificuldade. Por causa de uma greve iniciada há quase 40 dias, faltam médicos na Unidade de Pronto-Atendimento e nos postos de saúde da cidade.


 

Uma família foi até a única Unidade de Pronto-Atendimento de Colombo em busca de socorro para o filho, que foi mordido por um cachorro. Contudo, dos sete médicos que deveriam estar trabalhando no local, dois estavam na unidade e não puderam atender a criança porque cuidavam de outros pacientes.


 

Naquele momento, a sala de espera estava lotada – todas as cadeiras ocupadas e pessoas em pé aguardando atendimento. A auxiliar de limpeza Lindamira Ramos esperou, pelo menos, três horas para ser atendida, com dor nas costas. “Lugar para sentar não tem. As pessoas estão se revezando, um senta, outro levanta, e tem que ser assim: levantando para dar lugar para o outro sentar”, disse.


 

Reivindicações

A situação é um reflexo da greve de médicos de Colombo. A categoria protesta contra a falta de medicamentos, de vagas para internação e contra mudanças de carga horária impostas pela prefeitura.


 

“A gente está fazendo uma denúncia pública ao Conselho Regional de Medicina do Estado do Paraná, que já foi feito formalmente através do Sindicato dos Médicos do Paraná, através dos colegas médicos para tomar providência jurídica o quanto antes para que a população não tenha mais riscos e para que o profissional também não corra risco”, afirmou o médico Wagner Sabino.


 

De acordo com o sindicato da categoria, metade dos médicos da rede pública do município pediu demissão do início de 2017 até agora. Oitenta profissionais continuam trabalhando na cidade e quase todos aderiram à greve.


 

Segundo o sindicato, os médicos estão atendendo aos casos de urgência e emergência, mas reduziram para 60% os atendimentos ambulatoriais e de casos menos graves. Além do pronto-socorro, outras 26 Unidades Básicas de Saúde estão operando com menos médicos. Sem atendimento, algumas pessoas têm procurado as unidades de saúde em Curitiba.


 

O que diz a prefeitura

A equipe de reportagem da RPC procurou a Prefeitura de Colombo para explicações, mas ninguém quis gravar entrevista. Em nota, a administração municipal informou que o Tribunal de Justiça do Paraná determinou no começo do mês que os médicos mantivessem 100% dos atendimentos de consultas, urgência e emergência.


 

A prefeitura ainda informou que está concedendo um aumento de 33% no piso salarial da categoria. Porém, não especificou quando o reajuste será aplicado.


 

Médicos rebatem

Já os médicos dizem que, ao invés de aumento, tiveram redução de salário.

“Aqui nós temos médicos que eram concursados para 12 horas, médicos para 20 horas, médicos para 40 horas. E a gestão decidiu que todo mundo ia ser 20 horas, inclusive os médicos que tinham prestado concurso para 12 horas, com o mesmo salário, inclusive com redução salarial, que foi retirado o adicional que eles recebiam”, afirmou a secretária-geral do Sindicato dos Médicos do Paraná, Cláudia Aguilar.

Fonte: G1 

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