Banco de Pele começa a funcionar no Into

27 de abril de 2017
O Banco de Pele do Estado do Rio de Janeiro entrou em funcionamento nesta segunda-feira (24/04) no Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia Jamil Haddad (Into) para beneficiar, especialmente, as vítimas de grandes queimaduras e politraumatizados. É uma iniciativa conjunta entre a Secretaria de Estado de Saúde (SES) e o Ministério da Saúde, que oferece tratamento até então indisponível na rede pública do Rio de Janeiro.

 

Em uma estrutura de 200m², o Banco de Pele contribui para o atendimento da demanda no país inteiro, integrando-se aos outros três bancos desse tipo existentes no Brasil. O funcionamento é 24h por dia. A unidade conta com 50 profissionais, sendo 13 médicos, e atende a todas as especificações previstas pelo Sistema Nacional de Transplantes e pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

 

“Sem dúvida, o Banco de Pele trará grande avanço no atendimento às vítimas de queimaduras graves que, comumente, acabam tendo de usar pele sintética em procedimentos. Esperamos aumentar consideravelmente o número de cirurgias utilizando tecido humano, oriundo de doações. Nossa expectativa é de resultados bem-sucedidos, como os que são observados com o funcionamento do Banco de Olhos, também instalado no Into, que contribuiu para o crescimento histórico nos transplantes de córnea que registramos”, ressalta o secretário estadual de Saúde, Luiz Antonio Teixeira Jr.

 

A integração das atividades do instituto e da SES foi conduzida pelo coordenador geral do Banco Multitecidos do Into, Rafael Prinz, e pelo coordenador do Programa Estadual de Transplantes, Rodrigo Sarlo. O cirurgião plástico Victor Lima, médico do Into, será o responsável técnico pelo Banco de Pele. A expertise do trabalho do Into com tecidos, como córneas, foi fundamental para a implantação do Banco de Pele no instituto federal. Outro benefício é a otimização de recursos para o funcionamento.

 

AUMENTO DE CAPTAÇÕES

 

O Banco de Multitecidos do Into forneceu ossos, articulações e também córneas para a realização de 505 transplantes em 12 estados, em 2016. Foram coletados no ano passado 41% a mais de ossos e articulações – foram 41 captações, ao todo –, e 63% a mais de córneas de pacientes – 209, ao todo. Nas últimas semanas, o banco ainda forneceu as cartilagens para as duas primeiras cirurgias osteocondrais (ossos com cartilagens) ocorridas no instituto. Os dois pacientes, homens de 42 e de 53 anos, passam bem.

 

“Formamos uma equipe para cuidar de todo o processo de captação. Além disso, desenhamos como será o fluxo, em parceria com o Estado do Rio de Janeiro. Todo o processo de coleta de pele, preparação e armazenamento será feito por essa equipe do Into. Também seremos responsáveis por verificar se a pele captada não está contaminada, o que impede a realização de transplantes”, conta Prinz. “A coleta da pele é feita nos próprios hospitais onde estão os doadores. O armazenamento será feito no Into e o transplante de pele ocorrerá nos hospitais credenciados”.

 

No início deste ano, a SES e o Into promoveram um workshop para apresentar o projeto do Banco de Pele para cirurgiões plásticos e profissionais que atuam no tratamento a vítimas de queimaduras graves no Rio de Janeiro. O objetivo foi buscar a ampliação da rede de colaboradores e assim, garantir o suprimento de enxertos que vão de encontro às necessidades desses profissionais de saúde e de seus pacientes. Ainda estão previstos diferentes eventos que visam estimular o debate científico, além da educação continuada dos profissionais envolvidos nesse tipo de atendimento.

 

QUARTO BANCO DO TIPO 

 

O Banco de Pele do Estado do Rio de Janeiro é o quarto do país – outras unidades existem em São Paulo, Porto Alegre e Curitiba – e sua principal atribuição é a captação, assim como o processamento, armazenamento e disponibilização de lâminas de pele humana para os centros de transplantes. A utilização será principalmente no atendimento de pacientes politraumatizados e/ou vítimas de queimaduras graves. A pele funciona como um curativo biológico para a proteção e cobertura de lesões, sejam estas superficiais ou profundas. Isso protege o paciente contra infecções, efeito importante para a redução da perda de líquido e de calor, estimulando a cicatrização e colaborando para minimizar a dor. Comprovadamente, pode significar a diferença entre a vida e a morte de um paciente grave.

 

Diferentemente do que ocorre na captação de órgãos sólidos, que só pode ser realizada em pacientes com diagnóstico de morte encefálica, a doação de pele também pode ser feita quando o paciente sofre parada cardiorrespiratória. E, assim como qualquer outra doação, ela só acontece mediante a autorização da família do paciente. A distribuição dos tecidos é coordenada pelo Sistema Nacional de Transplantes e, nos estados, pelas Centrais Estaduais de Transplantes, para pacientes inseridos nos sistemas.
Fonte: Ascom MS/RJ e Ascom/SES/RJ 

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