“Não adianta esperar que nasça uma mulher líder – é preciso criá-las”, afirma presidente da Fenam em Fórum histórico

As mulheres são 50,2% dos médicos do Brasil, 51,5% da população brasileira e 52,47% do eleitorado brasileiro, mas mesmo sendo maioria, ainda enfrentam barreiras invisíveis na medicina. Nesta sexta-feira (28), a presidente da Federação Nacional dos Médicos (Fenam), Dra. Lúcia Santos, destacou a importância da representatividade feminina dentro da medicina em sua palestra durante o I Fórum da Mulher Médica, na Sede do Conselho Federal de Medicina (CFM), em Brasília.
Ao lado da senadora Damares Alves e das deputadas federais Dra. Mayra Pinheiro e Bia Kicis, Lúcia Santos defendeu um pacto geracional: “Se é verdade que uma líder nasce, também é verdade que uma líder pode ser formada. Mas não basta a educação: é preciso oportunidade. E quem tem que abrir esses caminhos são as mulheres que já estão no poder e em cargos de liderança. Não esperem que outros façam por nós. Ninguém sabe o que é melhor para nós, mulheres, a não ser nós mesmas.”

A presidente citou dados alarmantes – em 2024, os casos de feminicídio aumentaram 8% – para criticar a resistência machista.
“Por que alguns homens se sentem ameaçados pelo intelecto das mulheres? A misoginia é real. Existe ódio só por sermos mulheres. E estatísticas não mudam com exceções heroicas, e sim com regras justas”, enfatizou Lúcia Santos.
O 1º Fórum da Mulher Médica teve como objetivo estabelecer as bases para que o CFM possa abordar de forma mais efetiva questões específicas relacionadas às mulheres na medicina, incluindo maternidade, vulnerabilidade, violência, novas jornadas de trabalho e as dificuldades de migração para regiões de difícil provimento. “O CFM vai dar atenção a esses temas, promover debates e apresentar propostas concretas para oferecer à mulher médica, no exercício de sua profissão, condições para cumprir a sua missão e assumir posições de liderança e reconhecimento ao seu mérito. É necessário criar estímulos para que isso aconteça”, disse a 2ª vice-presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), Rosylane Rocha.

No Fórum, a senadora Damares Alves trouxe para o debate os desafios enfrentados pelas mulheres no mundo do trabalho. Com uma trajetória de décadas na defesa dos direitos femininos, a parlamentar – ex-ministra das Mulheres – expôs casos chocantes de desigualdade:
Pescadoras que passam madrugadas inteiras no mar, mas ficam apenas com 10% do lucro – o restante vai para o dono do barco; marisqueiras que se expõem ao sol o dia todo, colhendo mariscos que são vendidos por centavos; mulheres ciganas, completamente marginalizadas e esquecidas pelas políticas públicas.
“Precisamos amadurecer como nação, e rápido! Nós, mulheres, temos uma visão única – enxergamos os problemas e as soluções de forma diferente. Por isso é essencial ocuparmos espaços de liderança. O mundo evoluiu e agora mais do que nunca precisa da nossa perspectiva”, destacou a senadora, com convicção.
Em sintonia com as demais palestrantes, a presidente da Fenam encerrou com otimismo: “Eventos como este já são um caminho. A transformação só virá por nossas mãos. Precisamos fincar esse planejamento de uma vez e criar nossas lideranças”.





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